Entrevistamos o responsável pelo Cruzeiro Africa-Princess

Foi logo a primeira que Jorge Horta, responsável pelo Cruzeiro Africa-Princess, aceitou responder as nossas questões sobre essa embarcação que navega o mar do Arquipélago dos Bijagós. Leiam a entrevista e comecem a planear a vossa viagem com o Africa-Princess.

Kalmasoul: AFRICA PRINCESS, um cruzeiro nos Bijagós, porquê?

Jorge Horta: Basicamente para dar a oportunidade a passageiros muito especiais e exigentes, de virem conhecer este último mundo de natureza 100% intocada e de forma de viver totalmente natural . Não é o mesmo do que ficar num hotel ligado à internet e ocasionalmente ir fazer passeios e assistir a espetáculos étnicos pagos…Naturalmente também, para partilhar com os pescadores desportivos a  experiência muito exclusiva de poder dormir, comer e pescar durante dias a fio  exatamente num dos sítios exóticos  onde há mais peixe no mundo, sem ter que navegar todos os dias mais do que 5 ou 10 minutos para lá chegar.

Kalmasoul: Há quanto tempo existe o AFRICA PRINCESS na Guiné-Bissau?

Jorge Horta: Estamos neste momento a iniciar a nossa 5ª época nos Bijagós e... trazemos connosco e com a nossa tripulação toda a tradição, o ambiente e “saber fazer” de um barco mítico que, até ao seu abate, navegou 25 anos nestas águas: o Africa Queen.

Kalmasoul: O barco só opera nas nossas águas?

Jorge Horta: Os nossos cruzeiros desenvolvem-se exclusivamente nos Bijagós, durante a época seca. Ocasionalmente, quando um grupo nos o solicita com antecedência, temos feito algum cruzeiro no interior do Rio Casamance no Sul do Senegal, durante os meses de Maio, Junho e princípio de Outubro. Mas não é habitual.

Por outro lado, entre cruzeiro e cruzeiro, quando o barco está fundeado no Geba, também fazemos passeios de um dia em lancha rápida, para conhecer BOLAMA e dar um mergulho na sua mítica praia de Ofir. Naturalmente, também fazemos transfers vários privados de Bissau para as ilhas.

Kalmasoul: Como é que os turistas que visitam a Guiné-Bissau podem marcar a sua estadia e desfrutar do que têm para oferecer?

Jorge Horta: É simples:  um e-mail para , ou um telefonema para +351 91 722 4936.

Depois ajudamos pessoalmente cada um dos passageiros a preparar em detalhe a sua viagem ( o cruzeiro começa muito antes da viagem...). E à vinda... ajudamos a recorda-la junto dos seus amigos.

Kalmasoul: Neste tempo que dura essa descoberta pelos Bijagós o que os turistas vão poder ver, ouvir e sentir?

Jorge Horta: Um cruzeiro no AFRICA PRINCESS é uma imersão total durante todo o tempo ( cada minuto, incluindo a noite...) , na Natureza mais pura e selvagem e nos Valores Culturais mais genuínos dos Bijagós.

Não se tratando de um safari programado, são os animais que “vêm” até nós de uma forma natural: macaquinhos, varanos, um enorme variedade de aves e de peixes, golfinhos, tartarugas e por vezes manatins e crocodilos.

Só nas épocas de observação de fauna nos dois Parques Nacionais, é que vamos ver os hipopótamos de água salgada e a eclosão dos ninhos das tartaruguinhas.

Vamos também visitar as aldeias mais remotas e tradicionais dos Bijagós, onde uma das últimas sociedades matrilineares do mundo e os valores da sua religião animista, ainda marcam formas únicas vida. E também, onde a simpatia das boas-vindas nas tabancas e os sorrisos dos miúdos, deixam gravadas emoções únicas para o resto das nossas vidas.

Todos os dias visitamos pelo menos uma nova praia deserta, onde os passeios a pé de alguns quilómetros pela beira mar nos permitem explorar essa interface única e virgem de mar-praia-floresta.

E por vezes entramos profundamente em terra para visitar  essas florestas primárias de palmeirais, a savana, ou para navegar pelos rios ( os “bolons” ) em lancha, por entre o mangueizal.

No total, passamos por cerca de 10 ilhéus e ilhas, quase todas desertas e muitas delas sagradas. Em alguma fazemos a volta completa a pé de 360º pela beira mar, para observar uma amostra de tudo o que uma ilha deserta nos pode oferecer

Mas os turistas também disfrutam com o “ouvir”, já que nas veladas, a tertúlia dos trópicos substitui a televisão e a internet.

Da mesma forma, os viajantes aprendem a “ouvir-se”, porque a noite a bordo têm “zero poluição lumínica” e porque o AFRICA PRINCESS, com os seus 30m2 de paneis solares que substituem os tradicionais geradores africanos, oferece “zero de poluição sonora”.

Kalmasoul: Obrigada Jorge e até breve, num recanto de paraíso da nossa Guiné-Bissau.