Pecixe, um paraíso remoto

Faz tempo que queria ir conhecer a Ilha de Pecixe, tão falada pelas praias de areia branca e raramente visitada fora dos feriados festivos. Pecixe fica a cerca de 20 minutos de travessia de jangada de Ponta de Pedra, no sector de Caio, norte do país.

A nossa viagem a Pecixe! Tudo programado, somos seis, incluindo o nosso anfitrião, O tio Cumeré e a sobrinha dele, Néné (foi ela que disse que teríamos de conhecer a ilha). Dia 6 de dezembro de 2017, conseguimos fazer acontecer a nossa viagem a Pecixe. A travessia em Ponta de Pedra estava prevista para às 11h00 da manhã e por isso saímos de Bissau às 8 horas. O caminho para Ponta de Pedra é feito em direção ao norte do país, depois de passar a ponte Amilcar Cabral e o cruzamento para a cidade de Bula, começo a reconhecer a estrada que nos leva a cidade de Canchungo, terra natal dos meus pais.  A estrada é reta, adornada por mangueiras que criam uma sombra e fazem com que esse pedaço de caminho seja especialmente aconchegante. A estrada…bem, o caminho para Ponta de Pedra era de terra batida, por isso, um carro todo o terreno é o ideal para a viagem.

São 10h30 da manhã, chegamos a Ponta de Pedra, uma vila junto a foz do rio Mansoa com vista para o nosso destino. Quando chegamos a maré estava a subir, ainda não estava no nível ideal para atravessar, fizemos um passeio a beira mar/rio, comentamos a nossa vontade de voltar a Ponta de Pedra quando o empreendimento turístico em construção abrir, duvidámos que a pequena jangada atracada fosse aquela que nos levaria a nós e ao carro a outra margem, até que o senhor Carlitos chega e diz que já podíamos embarcar, são 11h30 (mais coisa, menos coisa). A terceira tentativa o nosso motorista consegue colocar o carro dentro da jangada (vejam as fotos para perceber o porquê de 3 tentativas), o carro tinha de ficar o mais central possível.

Chegamos a Pecixe, a nossa travessia durou aproximadamente 20 minutos, atravessamos a ilha de uma ponta a outra e chegamos a Tabanka (aldeia) de N’Djant…vão ter de aprender crioulo para saber dizer o nome da Tabanka…

A nossa anfitriã, Dona Domingas, mulher do tio Cumeré, foi incansável. Depois de voltarmos da praia…praia imensa que estava apenas para nós as 4! Passeamos pela imensa praia de N’Djant sem avistar viva alma.  Quando o sol se estava a pôr, apareceram alguns pescadores para aproveitar a maré baixa e ir buscar os peixes que, entretanto, ficaram presos nas armadilhas. Ainda trocamos algumas impressões com um grupo de crianças que apareceu para brincar na praia no fim da tarde.

Tivemos direito a banho no quintal, a um jantar com arroz da colheita do ano. No dia seguinte a Dona Domingas tratou de conseguir um saco cheio de Chabéu que levamos para Bissau.

Já me estou a alongar muito, vejam as fotos e venham visitar a nossa Guiné-Bissau.